quarta-feira, 15 de junho de 2011

Reunião Regional da FMJD



Participei, nesse final de semana, da reunião regional da FMJD - Federação Mundial das Juventudes Democráticas, na cidade de Havana, na bela Cuba.


A FMJD congrega as juventudes progressistas e anti-imperialistas de todos os continentes há mais de 65 anos. Surgiu da necessidade da luta pela paz no pós-segunda guerra e consolidou-se com a marca da luta pelos direitos humanos e contra o imperialismo. A UJS, desde 2003, ocupa sua vice-presidência para a América Latina, divindo as tarefas regionais com a Juventude Comunista da Colômbia (JUCO) e a União da Juventude Comunista de Cuba (UJC).


Mais de 20 organizações latino-americanas participaram da reunião que debateu a preparação da região para a Assembleia Geral da FMJD que será em Portugal, no mês de dezembro deste ano. Aprovamos na declaração final (que será a contribuição para a Assembleia mundial) três linhas gerais muito importantes:

1) A vitória do Presidente Ollanta Humala, no Perú, representando uma viragem política naquele país, uma derrota do imperialismo estadunidense e uma vitória do campo político progressista na América Latina. Reforçamos a defesa e a ampliação desse campo, formado a partir da eleição de governos progressistas, de esquerda e revolucionários que hoje já somam mais de dez países, com diferenças e características nacionais, mas que compõem o time da luta anti-imperialista. Esse time, que tem em comum a luta pela unidade, dá passos importantes com a instalação da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), novo e radical espaço de integração entre os países exclusivamente latinos.

2) A necessária participação nos movimentos que impulsionam os avanços na América Latina e que combatem as forças reacionárias. Nesse sentido, a FMJD deve ficar atenta e jogar peso em atividades como o Congresso da Oclae, os Encontros das Juventude do Foro de São Paulo, dentre tantos outros.

3) As juventudes anti-imperialistas devem encontrar na FMJD um espaço essencial de lutas. Devemos aproximar as organizações nacionais e regionais que participam da nova América Latina que construímos, fazendo com que a luta de cada uma delas seja luta de todos nós.


Outro rico debate foi sobre a condução da FMJD. A região ratificou o trabalho realizado pela UJC de Cuba a frente da secretaria-geral, pela UJS na vice-presidência e pela Juco na coordenação regional. Além dessas, foram indicadas para compor o Conselho Geral a FEDE (Argentina), a FMLN (El Salvador), a JCV (Venezuela) e a JJCC (Chile).


Depois da reunião, participei, ainda do 3º Encontro Juvenil em Solidariedade aos 5 Heróis Cubanos. Juventudes de todos os continentes estavam presentes e reafirmaram seu compromisso na defesa desses patriotas, presos injustamente nos Estados Unidos há mais de dez anos.

Cuba é um lugar mágico! Além de ser um país lindíssimo, a alegria do povo é contagiante e o país ensina muito. Certamente, uma lição de heroismo e um exemplo de coragem e determinação que o mundo todo deveria tomar!






Sobre as eleições na PUC

O Congresso da UNE neste ano está bem movimentado na PUC. O motivo: ao convocar a realização das eleições para o Congresso, o DCE não validou a inscrição de 3 das 4 chapas que concorreriam a delegados pela Universidade.

O DCE, responsável por organizar o processo, alegou que faltavam documentos. Desde então, os estudantes que tiveram suas chapas impugnadas protestam exigindo democracia nesse pleito. A UNE tem sua tradição construída nas lutas da juventude brasileira, é uma das entidades mais respeitadas dos movimentos sociais e tem sua contribuição inconteste na defesa da democracia. Não podemos permitir que uma prática autoritária e burocrática proíba a livre representação estudantil.

O Congresso da UNE é o mais importante espaço de debate dos rumos do país, da educação e do movimento estudantil, envolve mais de um milhão de estudantes e define as diretrizes da entidade. Exigimos eleições com transparência e credibilidade política.

O movimento estudantil da PUC RS deve garantir eleições que representem a pluralidade dessa instituição! Queremos ter o direito de representar nossos colegas da PUC no congresso da UNE!
E o DCE, tem que mostrar de que lado está: dos estudantes ou do golpismo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Porto Alegre: até quando esperar?


A juventude é a etapa da vida em que construímos nossos caminhos que darão os rumos à vida. Por isso, muitos dizem que somos o futuro. O protagonismo da juventude nos principais episódios da nossa história e os avanços democráticos do Brasil na última década superaram essa visão apenas de "futuro".

Somos o presente, porque cada decisão dos jovens impacta de forma decisiva durante toda as suas vidas. Por isso, o debate sobre as políticas públicas é tão importante. Ganha relevância ainda maior, quando a juventude atinge seu maior percentual da nossa população e portanto, mais do que nunca, será a grande definidora do país que teremos. Somos 50 milhões de jovens em todo o Brasil que podem fazer o país avançar e se desenvolver no presente, ou mantê-lo o eterno "país do futuro".

Apesar disso, a cidade de Porto Alegre finge não perceber essa potencialidade. Acompanhamos recentemente o descaso da Prefeitura com a Vila Bom Jesus, uma das mais populosas da cidade, com cerca de 35 mil habitantes. A região estava prevista para receber uma das Praças da Juventude, projeto do Governo Federal que constroi complexos de lazer, práticas esportiva e cultural em locais de grande vulnerabilidade social. Mas a Prefeitura de Porto Alegre não apresentou o projeto para receber a praça, prevista em 1,5 milhão de reais. Solicitou um novo prazo para apresentação do projeto e ganhou mais quatro meses. E novamente não apresentou o projeto. Agora, será devolvida a verba aos cofres da União.

A prefeitura disperdiçou a oportunidade da prática do esporte, do acesso ao lazer e à cultura. Ignorou a possibilidade da comunidade da "Bonja" conviver em um ambiente saudável, de paz. A essa juventude, restou o que sempre teve: o acesso à violência e ao mundo das drogas. A política pública oferecida aos jovens da Bonja é a polícia e a truculência.

Infelizmente, a prefeitura de Porto Alegre dá distintas demonstrações de que não entende o papel estratégico da juventude para a cidade. São sucessivos atestados de incompetência tanto na gerência da Secretaria Municipal de Juventude e no Projovem, quanto nas políticas que auxiliriam parcela dos jovens a terem alternativas ao caminho das drogas e da criminalidade. Somos os jovens as principais vítimas do tráfico e da violência urbana. Com esse presente, não há futuro!

Resistiremos a esse descaso mostrando que onde há investimento na juventude, há desenvolvimento. Cobraremos do Prefeito Fortunatti essa e outras faturas, mobilizando a juventude nas ruas e nas urnas!