domingo, 22 de maio de 2011

Viva as Juventudes do Foro de São Paulo

Tive a oportunidade de representar a UJS na 17 Edição do Foro de São Paulo, ocorrido entre os dias 17 e 20 de maio, na cidade de Managua. O Foro é o espaço de articulação dos partidos de esquerda da América Latina.


Nasceu em 1990, em São Paulo (por isso levou seu nome), quando a avalanche neoliberal deixava consequencias catastróficas para os povos latino-americanos e para as nações. Passou por um amplo processo de amadurecimento, acumulou forças e conseguiu ao longo da última década chegar ao poder em muitos países. Agora, vivemos a fase da consolidação da fase dos governos progressistas e da sua unidade. Aprendemos com a diversidade da grande América e sabemos que só a unidade pode nos fazer fortes para vencer o grande inimigo das nações: o imperialismo. Vivemos as consequências da grave crise do sistema capitalista, que trouxe a tona o debate das alternativas, tema de acalouradas discussões entre os partidos de esquerda. O Foro avança na medida que avançam as experiências de integração, de unidade e de resistência, na medida que consolida-se a luta pelo socialismo na América Latina, enquanto alternativa capaz de dar resposta à crise capitalista.


A partir de 2009, as juventudes do Foro de São Paulo, construiram um processo privilegiado de discussão e passaram a contribuir num outro nível com o Foro. Acontecia o 1º Encontro das Juventudes do Foro de São Paulo, na Cidade do México. Esse novo espaço surgiu da necessidade de uma maior articulação das organizações políticas juvenis no sentido de contribuir com a formulação específica para o Foro. O terceiro encontro juvenil, recém ocorrido simultaneamente ao Foro de São Paulo, demonstrou que esse espaço tem jogado um grande papel para unir essas organizações em ações conjuntas e para a formação de um campo de esquerda convergente a partir das juventudes.


Trata-se de uma nova fase para o movimento juvenil latino-americano, que por sua característica impulsiona os avanços em cada país, ao mesmo tempo que faz política de um jeito diferente. Nossa luta é para acumular forças, ampliar nosso campo e conquistar avanços para o povo. Debatemos as políticas públicas para os jovens do continente, capazes de responder ao desemprego e ao emprego precário, ao acesso à educação, à mobilidade estudantil, ao problema da violência, do narcotráfico, dos preconceitos, da xenofobia.


Queremos tornar as experiências dos governos progressistas um exemplo às juventudes para que possamos tornar o debate do papel da juventude em cada país uma regra a ser implementada em todos os países. Mais do que isso, queremos mostrar que quanto maior a participação e a democracia, mais é possível estabelecer políticas para os jovens.


Queremos ampliar nossos espaços, ver novas vitórias eleitorais ainda esse ano no Peru e na Guatelama, aprofundar as experiências na Argentina e na Nicarágua. Somos as juventudes herdeiras das lutas da América Latina, mas que se constroem e se fortalecem a partir de cada conquista nos países e na região.


São as juventudes latino-americanas do século 21, que não aceitam golpes de Estado, que veem a bandeira da liberdade sendo erguida em vários dos seus vizinhos, mas que sabem que precisam fincar-se cada vez mais fundo nas terras da Pátria Grande. Somos os que lutamos pela unidade das nações e pela necessidade de construir o socialismo, com cara de índio, com jeito de mulher, com a cor misturada, com as características de cada nação e com toda essa diversidade que dá o formato da América Latina.

Viva a unidade da América Latina!
Viva as Juventudes do Foro de São Paulo

domingo, 8 de maio de 2011

Reforma Política e o Fortalecimento da Democracia no Brasil


A reforma política é um dos temas mais caros para a juventude. Ao longo da nossa história, os jovens tiveram papel protagonista para conquistar avanços para a Nação, e muitos foram torturados, exilados ou mortos em nome da bandeira da liberdade. Nossa geração é herdeira dessas lutas e por isso, encaramos a necessária reforma política como uma grande oportunidade de ampliar a democracia e a participação política do nosso povo.

A história de nossa jovem nação é marcada por interrupções do processo democrático e a nossa cultura política tem herança histórica nos privilégios das classes dominantes. Consideramos que a Reforma Política em discussão deve dar resposta a esses gargalos: fortalecer a democracia e diminuir o peso do poder econômico na definição dos rumos da nação.

Defendemos o financiamento público para as campanhas eleitorais como forma de dar condições mais igualitárias e tornar mais claras as distinções entre os projetos apresentados. Além disso, a proposta de financiamento público combate o estímulo a manutenção de apenas uma classe definindo os rumos do país, na medida que faz um recorte econômico nas condições das campanhas eleitorais. A forma de financiamento em vigor – o financiamento privado - favorece a corrupção e o chamado “caixa dois”. Além disso, atrela muitos candidatos a interesses privados daqueles que financiam as campanhas.

Outro ponto fundamental dessa discussão é a ampliação da liberdade partidária e da conscientização do povo através de um sistema político que privilegie a discussão em torno dos projetos e não das pessoas. O sistema atual omite esse debate e faz com que o personalismo seja um dos principais definidores do voto do povo. Por isso, o voto nas pessoas ao invés do projeto confunde os eleitores e desestimula a fiscalização popular em torno das ações políticas desenvolvidas. A adoção do sistema de voto em lista pré-ordenada, estabelecida pelos partidos políticos estimula a conscientização do povo e o confronto de projetos e visões defendidas pelos partidos políticos, fortalecendo a participação popular.

Por fim, combatemos com veemência a proposta do voto distrital. A UNE tem no fortalecimento da nação uma das nossas principais marcas. O voto distrital rebaixaria o papel da defesa da nação, rebaixa o debate nacional, fragmenta o país. A luta pela unidade e pela identidade nacional é também a luta pela nossa soberania e desenvolvimento. Não podemos admitir que um retrocesso de mais de cinqüenta anos tenha eco na discussão da necessária reforma política.

Esperamos que o Congresso Nacional e o povo brasileiro aproveitem essa oportunidade para encontrar soluções contundentes aos velhos problemas do nosso sistema eleitoral e da política brasileira, combatendo a corrupção e devolvendo à política a credibilidade de quem define os rumos da nação. A juventude não se furtará de clarear o que está em jogo nesse processo e dar mais uma importante contribuição a nossa história.