domingo, 8 de maio de 2011

Reforma Política e o Fortalecimento da Democracia no Brasil


A reforma política é um dos temas mais caros para a juventude. Ao longo da nossa história, os jovens tiveram papel protagonista para conquistar avanços para a Nação, e muitos foram torturados, exilados ou mortos em nome da bandeira da liberdade. Nossa geração é herdeira dessas lutas e por isso, encaramos a necessária reforma política como uma grande oportunidade de ampliar a democracia e a participação política do nosso povo.

A história de nossa jovem nação é marcada por interrupções do processo democrático e a nossa cultura política tem herança histórica nos privilégios das classes dominantes. Consideramos que a Reforma Política em discussão deve dar resposta a esses gargalos: fortalecer a democracia e diminuir o peso do poder econômico na definição dos rumos da nação.

Defendemos o financiamento público para as campanhas eleitorais como forma de dar condições mais igualitárias e tornar mais claras as distinções entre os projetos apresentados. Além disso, a proposta de financiamento público combate o estímulo a manutenção de apenas uma classe definindo os rumos do país, na medida que faz um recorte econômico nas condições das campanhas eleitorais. A forma de financiamento em vigor – o financiamento privado - favorece a corrupção e o chamado “caixa dois”. Além disso, atrela muitos candidatos a interesses privados daqueles que financiam as campanhas.

Outro ponto fundamental dessa discussão é a ampliação da liberdade partidária e da conscientização do povo através de um sistema político que privilegie a discussão em torno dos projetos e não das pessoas. O sistema atual omite esse debate e faz com que o personalismo seja um dos principais definidores do voto do povo. Por isso, o voto nas pessoas ao invés do projeto confunde os eleitores e desestimula a fiscalização popular em torno das ações políticas desenvolvidas. A adoção do sistema de voto em lista pré-ordenada, estabelecida pelos partidos políticos estimula a conscientização do povo e o confronto de projetos e visões defendidas pelos partidos políticos, fortalecendo a participação popular.

Por fim, combatemos com veemência a proposta do voto distrital. A UNE tem no fortalecimento da nação uma das nossas principais marcas. O voto distrital rebaixaria o papel da defesa da nação, rebaixa o debate nacional, fragmenta o país. A luta pela unidade e pela identidade nacional é também a luta pela nossa soberania e desenvolvimento. Não podemos admitir que um retrocesso de mais de cinqüenta anos tenha eco na discussão da necessária reforma política.

Esperamos que o Congresso Nacional e o povo brasileiro aproveitem essa oportunidade para encontrar soluções contundentes aos velhos problemas do nosso sistema eleitoral e da política brasileira, combatendo a corrupção e devolvendo à política a credibilidade de quem define os rumos da nação. A juventude não se furtará de clarear o que está em jogo nesse processo e dar mais uma importante contribuição a nossa história.

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